PARABÉNS! Com pouco $ vocês fizeram uma obra digna, bonita e importante pra valorar ainda mais essa história e memória indígena na Bahia e no Brasil. Gostei muito de assistir, depoimentos fortes, contundentes
Quinhentos anos depois da chegada dos portugueses, quando quase ninguém suspeitava de que isto pudesse acontecer, os Tupinambá saem da perplexidade para entrar na História. Eles reafirmam uma identidade que parecia perdida a fim de recuperar parte do seu território e sair da subalternidade. E, assim, iluminam a profundidade histórica do Brasil, reabilitando-o como país milenar.
A obra é resultado do edital Bahia na Tela, fruto de uma parceria entre o Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia (Irdeb) e a Agência Nacional de Cinema (Ancine), via Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). O documentário foi lançado pela TVE (TV Educativa da Bahia) em 02 de julho de 2021, como parte das homenagens à independência da Bahia e à consolidação da independência do Brasil.
O filme mostra que apesar da série de perplexidades iniciais e da secular violência os Tupinambá de Olivença se mantêm coesos na afirmação do pertencimento a um povo diferenciado da população envolvente.
Sempre estiveram ali, no entorno do antigo aldeamento missionário de Nossa Senhora da Escada (Olivença/ Ilhéus-BA), pertencem àquele lugar. Ironia da história: a aldeia missionária que, de ofício, era instrumento de etnocídio e apagamento de identidades, foi reapropriada pelos indígenas e hoje é vista como aldeia-mãe. Hoje eles enfrentam com firmeza questionamentos sobre sua legitimidade enquanto aguardam a conclusão do processo de demarcação do território.
O documentário tem como eixo a associação entre os Tupinambá históricos e os ressurgidos, mostrando que a luta destes é a continuidade da luta daqueles, por novos meios. Um movimento que vai da perplexidade à história. Da perplexidade inicial frente à chegada de homens brancos surgidos do mar até a narrativa de sua história quando a situação política se mostrou favorável.
E para dar conta dessa lógica interna foi utilizada a forma documental clássica: uma introdução histórica (em duas partes) emoldurando a parte que trata do ressurgimento propriamente dito. As primeiras partes são, por assim dizer, ilustradoras de como, “apesar de tudo”, o ressurgimento aconteceu.
Essa divisão marca bem o momento em que o mundo Tupinambá rui e eles mergulham na longa noite colonial da qual emergem no final do século XX.
Essas trevas são vistas como o momento em que o silêncio se fez. Um silêncio estratégico, adaptativo, feito de determinação e resiliência. E de um desejo de relativa clandestinidade, acobertada pela Mata Atlântica do sul da Bahia. É um trabalho paciente de reintegração da posse de si, composto também de mediações administrativas e de conflitos.
A brecha surgiu com a inscrição dos direitos indígenas na Constituição de 1988. E foi reforçada pela pedagogia de Paulo Freire e pelo apelo do movimento Brasil Outros 500 à reescritura de uma nova história.
Gênero: Documentário
Lançamento: 02/02/2021
Direção, Pesquisa e Roteiro – CELENE FONSECA
Assistente de Direção – NÁDIA AKAWÃ TUPINAMBÁ
Produção Executiva – TIAGO TAO
Produtores Locais – NÁDIA AKAWÃ TUPINAMBÁ e CACIQUE RAMON TUPINAMBÁ
Diretor de Fotografia – PAULO HERMIDA
Assistente de Câmera e Operador Drone – PETRUS PIRES e MÁRCIO ALMEIDA
Som Direto – RIQUISON SILVA
Finalização de som – NUNO PENNA 2N
Montagem – CELENE FONSECA, MATHEUS VIEIRA E IGOR CAIÊ DO AMARAL
Finalização – IGOR CAIÊ DO AMARAL
Pesquisa Etnomusical e Trilha Sonora – RICARDO PAMFILIO
Trilha Sonora – Tito Vinícius e Angelo Rosário
Locução – CELENE FONSECA
Animação – CAÓ CRUZ ALVES
Toda a trilha sonora – exceto a da abertura – foi criada pelos Tupinambá de Olivença.
Celene Fonseca é antropóloga, graduada em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia e mestre em História e Civilizações pela École des Hautes Études en Sciences Sociales (Paris-França), foi pesquisadora da Universidade do Estado da Bahia, atuando também como docente em vários programas dessa universidade.
Foi ativa militante do movimento Brasil Outros 500: Resistência Indígena, Negra e Popular, que no ano 2000 impediu a realização, em Porto Seguro-BA, de uma festa em homenagem ao colonizador.
Publicou dois livros e diversos artigos em revistas e jornais em circulação no país. Interessa-se por cinema, mas nunca teve intimidade com filmagens, sendo o Brasil Tupinambá sua primeira experiência na área.
PARABÉNS! Com pouco $ vocês fizeram uma obra digna, bonita e importante pra valorar ainda mais essa história e memória indígena na Bahia e no Brasil. Gostei muito de assistir, depoimentos fortes, contundentes
A narrativa tá bem resolvida, tá muito claro e bem didático também.
Gostei demais do documentário, essência da nossa gente tão perseguida e incompreendida.
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